A Tânia
Janeiro não só começou na melhor companhia, como me trouxe a melhor visita. Este ano começou em grande, espero não ter já gasto os cartuchos todos. Veio a Tânia. A Tânia. E para quem não conhece a Tânia, vou tentar explicar o porquê da visita dela ser tão importante para mim:
- Já ouvi várias piadas, contadas por homens, onde basicamente definem que o melhor amigo é aquele que faz com que a tua família questione a tua sexualidade. Se houvessem dúvidas, pela quantidade de vezes em que digo "Fico em casa da Tânia", certamente esta nossa relação não ajudaria a minha família a perceber;
- Há coisas que só nos sentimos confortáveis a discutir com X pessoa. Há outras que achamos melhor ser a Y a opinar. Quando vou às compras, não há ninguém em quem confie mais que a minha mãe. A Tânia tem a capacidade de ser X, Y e, com algum jeitinho, minha mãe. Ela é assim tão espectacular;
- Há dias em que não estamos para ninguém. Errado: de alguma maneira eu encontro sempre maneira de estar lá para ela e ela para mim. E até parece que adivinha, raio da moça que tem sempre comida à mão quando é preciso.
Pronto, acho que já consegui passar a ideia de que gosto mesmo dela.
A Tânia nunca tinha estado em Berlim portanto em dois dias e meio não inventámos muito. Fomos aos sítios de sempre e a minha teoria confirmou-se: Berlim é uma cidade mesmo bonita. Quando moramos numa cidade bonita e passamos a ter contacto com ela diariamente, temos a tendência para desvalorizar. E é por isso que gosto de ter visitas. Vê-los a ver tudo pela primeira vez, contar os meus factos interessantes e relembrar o porquê de eu gostar tanto desta cidade.
Tivemos o bónus de apanhar muita neve, parece que a cidade fica outra. Obviamente que eu levei as coisas para o disparate e quem sofreu foi ela. Mas mesmo assim tenho a impressão que ela até gostou de ter cá estado.