Ode ao Lombo de Porco da Inês
A nossa anfitriã de Copenhaga (Nes Linda, para os amigos) preparou um lombo de porco mesmo muito bom para um dos jantares. Mas tão bom que, ainda hoje, penso nele. E penso tanto (ou apetece-me trabalhar tão pouco) que resolvi escrever-lhe uma ode. Aqui vai:
Lembro-me da primeira vez que te vi,
dentro do vácuo, reconchudinho.
Até me comovi
e pensei: "ai que pitéuzinho"
A Inês esqueceu-se de te temperar.
E, quando chegámos a casa,
corri para a cozinha, até o banho ignorei.
Tudo para dizer "Ah! Desta vez eu ajudei!"
Sal, pimenta, alho em pó e oregãos
Despejei tudo com muito amor!
Depois a Inês espalhou com as mãos.
Claramente, assumi o papel de supervisor.
No forno tive que te virar,
e a Inês só deu uma instrução:
20 minutos esperar,
e tentar não te deixar cair no chão.
Quando nos sentámos à mesa
eu mal me conseguia conter.
Exclamei "Eu nem preciso de sobremesa!!
Depois deste lombinho, já posso morrer"
Só me resta à Inês agradecer,
por te ter escolhido no supermercado.
Amiga, volto já a correr,
só para comer mais lombinho ao teu lado!
Só tirámos foto no jantar do lombo, ai não.