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A Casa da Cabrita

A saga da (recente) maternidade, da (não tão recente) emigração, de uma relação intercultural e do caos que é viver entre Portugal e a Alemanha.

A Casa da Cabrita

A saga da (recente) maternidade, da (não tão recente) emigração, de uma relação intercultural e do caos que é viver entre Portugal e a Alemanha.

O que me faltava mesmo era uma praga

Rita, 19.10.16
Estes últimos dias tem sido repletos de animação, é que não me tem faltado nada. Desta vez, Berlim não quer mesmo que eu tenha dias debaixo da manta, de papo para o ar. É incêndios, é idas ao hospital, é parasitas... Isto é que tem sido sorte grande.

Desde a semana passada que me tem vindo a aparecer umas borbulhinhas nas mãos e pés. Cabrita como sou, decidi ignorar. Borbulhas, quem não as tem? Achei por bem parar de ignorar quando me apareceu a primeira na cara, e quando já não aguentava a comichão.

Devido a experiências passadas, a minha relutância de ir ter com qualquer tipo de alemão era assim gigante. Mas tenho de dar a mão à palmatória: foram todos impecáveis. Desde a farmacêutica que se esforçou imenso para entender o meu alemão e me aconselhou a ir ao médico, de forma a ter o tratamento adequado, à enfermeira de triagem que me disse que ia ficar tudo bem e até me chamou "docinho", acabando no médico que em três tempos me despachou, indicou logo a farmácia mais perto e tudo!
 
Infelizmente o diagnóstico foi: bed bugs (percevejos da cama). São uns bichinhos pequeninos que se multiplicam muito rapidamente e comem resíduos de pele. Ainda não vi nenhum no meu apartamento, mas as borbulhas pelo corpo provam que eles existem. Para a desparasitação funcionar, eu tive que lavar a minha roupa TODA a 60 graus, e a roupa que não pode ser lavada a essas temperaturas, teve que ser congelada. Mas começo a pensar, e mais paranóica fico: eu vou ter sempre roupa vestida, portanto como é que eu tenho a certeza que me livro de todos os bichos/ovos/nojices? E a roupa lavada, mesmo dentro de um saco de plástico "fechado", volta para aquele quarto. Como é que eu sei que está livre de bichos?

Admito que estou um bocadinho farta. Olhar para o meu apartamento e ver os móveis no meio, roupa e sapatos tudo em sacos de plástico fechados, é de deprimir uma pessoa. Afinal, estando aqui há duas semanas, já deveria era estar mais que instalada. Também me deprime saber que não posso ir para outro quarto, porque a probabilidade de levar bichinhos comigo é grande. Parece um bocado um ciclo sem fim, mas esperemos que a desparasitação ajude, e que, daqui a uma semana, isso seja só uma historia (pouco) engraçada para contar mais tarde.